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Desenvolvimento em .NET com Otterkit para a linguagem Cobol.

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As línguas antigas não desaparecem, apenas são adaptadas para serem utilizadas em novas circunstâncias. Neste momento, apresenta-se um novo projeto de código aberto para .NET que pode auxiliar na atualização do Cobol.

Outdated, obsolete computer systems in need of updating display binary code.
Imagem: astrovariable/PixaBay

À medida que a tecnologia da informação empresarial progride, continuamos utilizando hardware e software antigos por diversos motivos. Pode ser devido a requisitos regulatórios que exigem a manutenção dos dados por um longo período, ou à dependência de um código que continua sendo confiável e suportado ao longo das décadas. Independentemente do motivo, pode ser necessário integrar esses sistemas e dados em uma plataforma mais atual.

Um sistema que permanece presente é o mainframe, especialmente em setores como governo e finanças. Muitos dados e softwares essenciais operam nessas plataformas, que não são tão obsoletas quanto se imagina, pois utilizam hipervisores e diversos sistemas operacionais, incluindo versões atualizadas do Linux.

Atualmente, existem diversas alternativas disponíveis para desenvolver aplicações compatíveis com sistemas legados, utilizando tecnologias modernas, como os mais recentes lançamentos de rede. Não estamos restritos apenas às linguagens NET, uma vez que o tempo de execução e os compiladores subjacentes podem ser acessados por meio de diferentes implementações de linguagem, tanto comerciais quanto de código aberto, algumas das quais são projetadas para lidar com dados de mainframe.

A linguagem Cobol ainda tem relevância e utilidade nos dias de hoje.

Uma linguagem de programação bem conhecida entre os desenvolvedores de mainframe é o Cobol, que foi uma das primeiras linguagens de programação de alto nível. Apesar de ter evoluído para incluir suporte à programação orientada a objetos, o Cobol ainda está em uso e é padronizado pela ISO. Embora não seja tão popular quanto era há 50 anos, ainda existem códigos que necessitam de manutenção e atualização, e também a necessidade de escrever novos códigos.

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Trabalhar com um Cobol portátil é uma opção viável, pois o tempo de uso de mainframe pode ser custoso. Por isso, a capacidade de desenvolver e testar em PCs desktop está se tornando cada vez mais importante. Nesse cenário, tecnologias como o .NET entram em cena, permitindo que você utilize ferramentas de desenvolvimento conhecidas antes de executar o código em um mainframe Linux VM ou na nuvem pública. Com diferentes opções de .NET Cobols disponíveis, tanto comerciais quanto de código aberto, você tem variedade de ferramentas para escolher. Uma das opções mais interessantes é o Otterkit, que foi recentemente apresentado.

Introdução ao Otterkit Cobol

O Otterkit Cobol é uma versão de código aberto do padrão ISO Cobol 2022, que está em desenvolvimento para ser executado na rede. Embora ainda não esteja pronto para uso em produção, demonstra como a comunidade NET está ampliando as plataformas e ferramentas para além das linguagens principais da Microsoft, oferecendo suporte tanto para tecnologias mais antigas quanto para abordagens nativas da nuvem mais recentes.

Iniciar com Otterkit é simples. O projeto está disponível no GitHub e pode ser instalado via NuGet usando a linha de comando NET para um host .NET 7. É interessante ver um projeto que depende do mais recente .NET, embora como está em desenvolvimento, isso representa menos riscos do que o esperado. Usuários interessados em experimentar as ferramentas mais recentes tendem a preferir uma versão atual em vez de uma de longo prazo. Também é possível clonar o repositório Otterkit e construir a partir do código-fonte.

Uma análise inicial de Otterkit.

Otterkit ainda está em estágio inicial; o compilador gerou seu primeiro código executável recentemente. Atualmente, o pipeline do compilador é um cross-compiler, pois transforma o código Cobol em C#, que posteriormente é compilado usando o compilador .NET, resultando em um executável autônomo. O código pode ser redigido em formatos fixos ou livres, proporcionando a flexibilidade de optar por um formato de código rigoroso ou utilizá-lo de forma mais livre, semelhante a qualquer outra linguagem de programação.

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Trabalhar com formatos fixos como Cobol possui grande benefício, pois torna o código mais legível, especialmente considerando que essa linguagem foi projetada para ser facilmente compreendida por não especialistas. Isso facilita a colaboração com diferentes partes envolvidas e pode facilitar a integração de programas como o Excel em um ambiente formal.

Não é necessário utilizar bibliotecas extras no momento, já que o Otterkit possui uma biblioteca padrão abrangente. Atualmente, conta com um conjunto básico de compiladores e suporte para operações fundamentais. Isso é positivo para novos projetos, pois o Otterkit está disponível publicamente e aberto a contribuições. Embora Cobol não seja uma linguagem popular, há uma demanda específica que pode estimular a participação da comunidade.

Para aqueles que estão iniciando no idioma, a estrutura formal de um programa Cobol pode parecer um tanto peculiar, mas ao passar a enxergar as divisões como maneiras de estabelecer conexões entre dados e variáveis locais, tudo começa a fazer mais sentido. Um editor eficiente permitirá que você organize os elementos do programa de forma adequada, e as ferramentas de verificação de código Cobol disponíveis para Visual Studio Code podem configurar um ambiente de desenvolvimento. Com sorte, Otterkit terá suas próprias ferramentas em breve.

Atualizando Cobol utilizando a tecnologia .NET.

Uma característica interessante de Otterkit ao migrar para .NET 7 é o suporte para a criação de contêineres. Com esta opção, é possível modernizar o código Cobol existente, atualizando-o para a última versão da linguagem e então disponibilizá-lo em um formato de contêiner portátil, pronto para ser executado em mainframes Linux ou na nuvem pública. Ao utilizar o código em contêiner, o risco é reduzido, pois o código é isolado de recursos desnecessários e outras aplicações, o que resulta em uma superfície de ataque menor se comparado a rodar em um sistema Windows ou Linux completo.

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Otterkit oferece uma solução para converter código Cobol para C#, possibilitando a migração de código antigo para linguagens mais atualizadas. Ao utilizar as habilidades em Cobol existentes, é possível migrar o código para versões mais recentes e gerar saída em C# por meio do Otterkit em um novo projeto, facilitando a transferência de código entre ambientes com pouco esforço.

A convergência entre padrões abertos e fontes abertas é notável. A .NET, com suas APIs e linguagens bem documentadas, torna-se um alvo promissor para compiladores cruzados, de maneira semelhante à forma como a JVM suporta idiomas como o Kotlin. Utilizar a .NET como base pode reduzir significativamente o trabalho e os riscos envolvidos na construção de uma implementação moderna de Cobol, mesmo que não haja um forte incentivo econômico para isso. Será interessante observar outros idiomas seguirem a tendência de Cobol e Otterkit rumo à nuvem.

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