À medida que os gastos com serviços em nuvem se tornaram excessivos, recorremos a estratégias e recursos para reduzir os custos, porém obtivemos resultados insatisfatórios. Qual seria o próximo passo?

De acordo com uma pesquisa encomendada pela Forrester Consulting, empresas na região Ásia/Pacífico estão enfrentando desafios com despesas desnecessárias em serviços de nuvem. O estudo revelou que as estratégias e ferramentas para controlar custos na nuvem estão sendo implementadas tardiamente e sem uma compreensão abrangente do ambiente, o que diminui sua eficácia.
Segundo a pesquisa financiada pelo fornecedor de IPaaS Boomi, a maioria das empresas excedeu seus orçamentos de nuvem nos últimos dois anos, com 69% esperando também ultrapassar seus limites no atual ano fiscal. Em resumo, os gastos com serviços em nuvem têm sido elevados e tendem a permanecer assim, o que pode ser preocupante para as reuniões executivas.
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As coisas vão ficar mais difíceis antes de melhorarem.
As previsões indicam que as cargas de trabalho na nuvem regional aumentarão consideravelmente nos próximos dois anos. O crescimento previsto é de 51% para aplicações em operações de TI, 55% para trabalho híbrido, 42% para plataformas de criação de software e ferramentas, e 40% para experiências digitais, sendo estas as áreas com maior potencial de crescimento.
Além disso, acredito que as empresas ainda não consideraram plenamente os cálculos relacionados à inteligência artificial. Observo previsões de um aumento de duas vezes no uso de recursos na nuvem nos próximos três anos. Tenho dúvidas sobre como esses números impactarão os orçamentos atuais e o planejamento financeiro. No entanto, as empresas estão investindo em IA, e suas primeiras implementações provavelmente ocorrerão em plataformas de nuvem. Essa conclusão é baseada apenas em minha observação informal e na identificação de padrões em desenvolvimento.
O estudo realizado pela Forrester aponta uma falha importante nas ferramentas utilizadas para gerenciar e otimizar os custos na nuvem. Essas ferramentas têm sido subutilizadas, implementadas tardiamente e sem uma compreensão adequada dos desafios empresariais que precisam ser enfrentados.
De fato, somente 10% das empresas em todo o mundo afirmaram que essas ferramentas possibilitam otimizar completamente a economia de custos. Isso ocorre mesmo com um quarto dos gastos em nuvem ainda a serem utilizados. As ferramentas contribuem para a complexidade dessa ineficiência na administração de custos, oferecendo apenas uma visão parcial das despesas. Na maioria das vezes, essas despesas já foram realizadas.
É semelhante a receber um aviso do computador do carro indicando que você está prestes a falhar e ter um acidente em 10 minutos. Não é possível tomar medidas preventivas para evitar o resultado negativo, e monitorar os custos na nuvem com essa lentidão não é exceção.
Já passou da hora.
Uma das descobertas essenciais da pesquisa está relacionada ao momento de implementação das iniciativas de Controle e Monitoramento de Custos na Nuvem (CCMO). A maioria das empresas analisadas implementou medidas de gestão de custos tardiamente, sendo que muitas só o fizeram após migrarem para a nuvem. Apenas 5% dos responsáveis relataram que suas abordagens para lidar com os custos na nuvem eram tão proativas quanto poderiam ser.
O relatório da Forrester destaca os grandes desafios de visibilidade ao utilizar as atuais ferramentas de CCMO. A gestão de gastos em diversas atividades na nuvem, como data management, taxas de entrada e integração de aplicativos, continua sendo um obstáculo significativo. Embora Finops seja uma preocupação comum, muitas empresas ainda não implementaram práticas eficazes nessa área, com a maioria dos programas ainda em fase inicial ou não completamente desenvolvidos, mesmo após receberem financiamento.
O texto sugere que as empresas ainda não dominam eficientemente o uso de ferramentas tecnológicas, o que acaba gerando mais despesas do que benefícios. Apesar da expectativa de melhora e controle de custos no futuro, a implementação de inteligência artificial requer investimentos significativos e não se espera melhorias imediatas. Além disso, muitas empresas não têm planos de fornecer recursos financeiros adicionais para a área de TI, optando por manter os gastos sob controle.
Quais são as ações necessárias?
Apesar dos desafios apresentados, a gestão dos gastos em nuvem permanece como uma prioridade, embora os resultados não demonstrem isso. Isso implica que a atenção principal deve ser direcionada para o nível de arquitetura e integração, que é frequentemente considerado excessivamente complexo e dispendioso para resolver. Durante essas conversas difíceis, a questão comum que surge é: “Existe alguma ferramenta que possa ser adquirida para resolver isso imediatamente?” Esse ciclo de comportamento persiste.
Infelizmente, não há alternativa. Essas abordagens garantem diminuições nos custos de uso da nuvem a longo prazo e estão em harmonia com os princípios fundamentais da gestão financeira na nuvem. Isso, por sua vez, impulsiona uma transição para uma distribuição mais estratégica de recursos e aprimora o retorno do investimento na nuvem, algo que a maioria das empresas prefere evitar.
Se eu considerar uma das questões mais preocupantes que observo no cenário da computação em nuvem, é esta: as empresas estão adotando implementações na nuvem ineficazes e estão enfrentando consequências desfavoráveis. A solução será demorada e dispendiosa.
Não há outra opção disponível, nem uma nova tecnologia que possa resultar em economia. Conforme demonstrado pela pesquisa, testamos essas opções sem sucesso. Esperamos encontrar uma solução em breve.