Muitas empresas optam por seguir o fluxo e adotam inúmeros conceitos populares. Evite essa abordagem. Concentre-se primeiro nos requisitos e, a partir deles, busque a solução adequada.

O Buzzwords tem influenciado a indústria de TI há muito tempo e continuará a fazê-lo. Seja lidando com programação estruturada, orientada a objetos, cliente/servidor, objetos distribuídos, integração de aplicativos corporativos, armazenamento de dados ou arquitetura orientada a serviços, ou agora com a computação em nuvem e suas palavras-chave associadas. Muitas vezes seguimos tendências de forma hipócrita.
Esta tendência generalizada em vários setores me levou a criar o termo “gerenciar por revista”, onde a popularização de um conceito ou termo se torna mais relevante do que a sua aplicação real. Atualmente, refiro-me a isso como “arquitetura orientada por palavras da moda” ou AOP. O desafio com essa abordagem é que se tenta resolver um problema adaptando uma solução específica, sem considerar de forma adequada a situação. Em outras palavras, você presume já ter a resposta antes de compreender de fato o problema.
Uma das melhores ilustrações de “buzzword-driven development” (desenvolvimento impulsionado por termos da moda) nos dias atuais é a proliferação e o excesso de uso de contêineres e orquestração de contêineres. Embora essas abordagens sejam eficazes para aprimorar tanto aplicações existentes quanto novas, tornando-as mais valiosas e escaláveis, elas nem sempre são adequadas para todas as aplicações ou sistemas. Um erro comum que muitas empresas cometem é investir excessivamente na modernização de uma carga de trabalho que não necessariamente precisava ser transformada em contêiner, muitas vezes motivadas por interesses pessoais de alguém em destacar essa habilidade em seu currículo.
Por que estou trazendo este assunto agora, mesmo sendo um problema antigo e conhecido? Observo que muitas arquiteturas em nuvem são lideradas pelo BOA atualmente, resultando em empresas sofrendo as consequências de erros custosos. Como mencionado anteriormente, embora essas arquiteturas “funcionem”, elas operam com eficiência de custo significativamente inferior, levando as empresas a gastarem duas a três vezes mais do que uma solução otimizada. A complexidade dos contêineres é um exemplo clássico desse problema dispendioso.
O Wall Street Journal noticiou recentemente que os líderes da empresa afirmam que seus gastos aumentaram ao migrarem para a nuvem. Isso se deve ao fato de que a falha não está na computação em nuvem, mas sim na forma como as soluções em nuvem foram implementadas. Em vez de procurar por uma arquitetura em nuvem mais eficiente e econômica, optaram por uma abordagem precipitada, respondendo sem antes compreender claramente as questões envolvidas.
Eu desenvolvi diversas ideias e termos da área de arquitetura de tecnologia da informação ao longo da minha carreira. A problemática surge quando essas ideias e termos são utilizados de maneira incorreta e acabamos por culpar a ideia em si, em vez da pessoa que a aplicou de forma inadequada. Isso não apenas é frustrante, mas também resulta em não atendermos às expectativas do negócio de forma eficaz. Como profissionais de TI, é nosso dever oferecer a solução mais eficiente e econômica possível, aproveitando ao máximo a tecnologia disponível.
A maioria das pessoas tem boas intenções, mas muitos profissionais de TI não possuem o conhecimento profundo ou a experiência necessária para otimizar a nuvem. Além disso, a velocidade de implantação de soluções em nuvem amplia o problema, levando a contas de nuvem maiores e menos eficientes. Isso resulta em empresas não alcançando o retorno esperado com a computação em nuvem. É importante analisar além das palavras-chave.