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Dez armadilhas do desenvolvimento em nuvem para ficar de olho.

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Desenvolver, testar ou implantar aplicativos na nuvem apresenta diversas vantagens, porém também possui desvantagens significativas. Aqui estão 10 motivos para ponderar antes de optar por essa abordagem de desenvolvimento.

Cloud gotchas. Person under umbrella in the rain.
Imagem:
chsyys/GettyImages

Os benefícios de criar software na nuvem abrangem ampla flexibilidade e confiabilidade, além de maior eficiência e redução de custos. No entanto, o desenvolvimento na nuvem traz consigo desafios a serem enfrentados. Identificar os pontos de atenção é crucial para garantir a segurança de suas aplicações e projetos de desenvolvimento. A seguir, são apresentados 10 obstáculos a serem levados em conta antes de iniciar o desenvolvimento, teste ou implementação de aplicativos na nuvem.

10 motivos para reconsiderar antes de optar por utilizar serviços em nuvem.

  1. Dificuldades relacionadas à performance e tempo de resposta.
  2. Riscos de segurança online e segurança da informação.
  3. Trava do fornecedor
  4. Custos associados à evasão ou escape.
  5. Exigências de cumprimento das regulamentações.
  6. Problemas relacionados à harmonização e união.
  7. Necessidades de expansão.
  8. Distribuição da colaboração e comunicação.
  9. Desafios e barreiras na implementação.
  10. Desenvolvimento visando um mercado global.

Questões relacionadas ao desempenho e à latência

Embora os serviços de nuvem sejam normalmente confiáveis em relação à disponibilidade e ao desempenho, falhas de serviço ou questões de desempenho podem impactar os processos de desenvolvimento.

De acordo com Erik Gaston, CIO da empresa de segurança Tanium, é comum que as aplicações em nuvem enfrentem dificuldades de desempenho devido a questões como congestionamento de rede, compartilhamento de recursos em ambientes com vários usuários e distância geográfica entre usuários e data centers na nuvem.

Para resolver essa questão, é importante que os desenvolvedores assegurem que o código do aplicativo seja melhorado e utilizem redes de entrega de conteúdo (CDNs) para armazenar o conteúdo mais próximo dos usuários finais, afirma Gaston.

Outras maneiras de aprimorar o desempenho podem envolver a adesão a serviços de computação em nuvem de baixa latência, como a computação de borda, conforme explicado por Gaston. Ele destaca que, ao lidar com a nuvem, otimizar o desempenho do aplicativo vai além do simples ato de projetar e construir, pois há diversos aspectos a serem levados em conta.

Para diminuir a latência, as empresas podem optar por utilizar serviços de nuvem distribuídos em múltiplos data centers ou regiões, conforme sugerido por Aleksa Krstic, CTO da Localizely, empresa que oferece uma plataforma de tradução de software como serviço (SaaS).

Segurança cibernética e salvaguarda da informação diante de potenciais ameaças.

Assim como ocorre em quase todos os setores de Tecnologia da Informação, a segurança e a proteção de dados são as principais preocupações em projetos de desenvolvimento em nuvem. Essas questões são especialmente complexas devido ao aumento constante da diversidade e frequência de ameaças.

“Prabhsharan Singh, um desenvolvedor de software na Clinicspots, enfatiza a importância de seguir protocolos de segurança rigorosos para garantir a proteção de informações confidenciais e aplicativos contra acesso não autorizado e ameaças cibernéticas ao desenvolver em voz alta.”

Singh afirma que a natureza compartilhada e sob demanda dos serviços de nuvem aumenta a complexidade de manter práticas de segurança robustas.

Dentre as medidas para reduzir os riscos de segurança, Krstic destaca a importância da criptografia de informações, da utilização de controles de acesso e da atualização frequente dos protocolos de segurança. Além disso, ele ressalta a necessidade de realizar uma verificação completa dos fornecedores de serviços em nuvem para assegurar a conformidade com as normas da indústria.

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De acordo com Matt Aird, CTO da Custom Neon, as organizações geralmente são encarregadas da segurança dos aplicativos, mesmo que os provedores de nuvem protejam a infraestrutura, devido ao modelo de responsabilidade compartilhada da computação em nuvem.

Aird afirma que eles lidam com isso implementando medidas de segurança rigorosas, conduzindo auditorias de segurança regulares e seguindo as normas de conformidade.

Trava do provedor

Em geral, a computação em nuvem proporciona uma flexibilidade sem igual para as empresas, porém isso não implica que haja uma infinidade de opções disponíveis no contexto do desenvolvimento e teste.

“A principal preocupação é ficar preso a um único fornecedor e não conseguir mudar ou migrar sem gastar muito dinheiro”, afirma Gaston. “Embora isso apresente muitos desafios, pode ser facilitado ao adotar arquiteturas de nuvem agnósticas e estabelecer padrões claros sempre que viável.”

Um exemplo prático disso consiste em utilizar tecnologias de contêineres como Docker e Kubernetes, que tornam as aplicações e cargas de trabalho altamente móveis e independentes do ambiente, facilitando sua migração, conforme explicado por Gaston.

“A utilização de níveis apropriados de abstração na nuvem e a conformidade com padrões de interfaces contribuem para reduzir o risco de dependência exclusiva de um fornecedor”, complementa Krstic.

Custos de escapar

Os serviços em nuvem e sua utilização podem apresentar custos adicionais, e isso também se aplica às operações de desenvolvimento e teste de software.

“Quando a nuvem surgiu, muitos acreditavam que a utilização de ambientes multi-inquilinos resultaria em economia de custos direta”, afirma Gaston. “No entanto, essa expectativa não se confirmou. A realidade é que os gastos com a nuvem podem facilmente aumentar descontroladamente se os contratos não forem monitorados e gerenciados adequadamente.”

Gaston afirma que a implementação inadequada de recursos, estimativas imprecisas de uso e a falta de controle na alocação de recursos têm um impacto direto no excesso de contratos e gastos não previstos. Ele destaca a importância de os desenvolvedores terem um bom entendimento dos aspectos financeiros relacionados ao desenvolvimento e operação em nuvem para lidar com essa questão.

Isso envolve utilizar tecnologias de monitoramento para rastrear recursos, adotar soluções de dimensionamento automático e revisar regularmente as configurações para controlar os gastos.

A capacidade de expandir a nuvem também pode complicar a gestão de gastos. Aird destaca que picos inesperados no uso podem gerar despesas mais elevadas. Para garantir que o custo seja adequado, é essencial otimizar a utilização dos recursos, definir alertas para atividades imprevistas e monitorar de perto o consumo.

Exigências de conformidade com as normas governamentais.

Trabalhar na nuvem significa que os dados podem estar armazenados em diversas regiões e países, a depender da localização da infraestrutura de nuvem. Isso pode gerar dificuldades de conformidade para as operações de desenvolvimento, que devem assegurar que os aplicativos hospedados na nuvem estejam em conformidade com regulamentos e requisitos legais específicos.

“A seleção de provedores de serviços em nuvem que incluem certificações de conformidade pode oferecer segurança”, afirma Krstic. Ele destaca a importância de colaborar com especialistas em questões legais e de conformidade para compreender e seguir as leis aplicáveis.

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Os dados guardados na nuvem estão sujeitos às leis do país onde o centro de dados está localizado, o que pode resultar em desafios legais relacionados à soberania dos dados e cumprimento das normas locais.

Singh destaca a importância de implementar políticas de gerenciamento de dados e assegurar a conformidade dos provedores com os regulamentos pertinentes. Ele sugere que a utilização de abordagens híbridas ou multicloud pode oferecer maior controle sobre a localização do armazenamento de dados.

As equipes de desenvolvimento precisam estar cientes das alterações nas regulamentações e implementar os controles necessários.

Problemas relativos à harmonização e união.

Criar aplicativos para a nuvem pode resultar em questões de compatibilidade, uma vez que o software elaborado para ambientes de nuvem pode não operar adequadamente em diversos serviços de nuvem, devido às disparidades na infraestrutura e na plataforma, conforme indicado por Singh.

Singh menciona que pode ser necessário realizar mais desenvolvimento para assegurar a compatibilidade em diferentes plataformas.

Dentre as soluções viáveis estão a implementação de containerização e o uso de ferramentas de orquestração para auxiliar no gerenciamento da compatibilidade e simplificar a implantação em diversas plataformas de nuvem, conforme mencionado por Singh.

Os programadores também podem enfrentar desafios de integração ao trabalhar na nuvem. Segundo Singh, a integração de aplicativos em nuvem com sistemas já existentes localmente pode ser complicada devido à necessidade de lidar com infraestrutura e software antigos. As discrepâncias entre as tecnologias podem resultar em processos de integração complexos.

Uma maneira de enfrentar essa dificuldade é utilizar ferramentas de gestão de middleware e API para facilitar a integração, assegurando uma comunicação eficaz entre sistemas em nuvem e locais.

“Pode ser desafiador conectar aplicativos em nuvem com sistemas locais existentes”, afirma Aird. O foco principal deles é desenvolver aplicativos modulares impulsionados por APIs e utilizam tecnologia de middleware para facilitar a integração. Lidar com a eficiente gestão e migração de dados para a nuvem pode representar um desafio, especialmente quando envolve grandes volumes de dados. Eles asseguram que sua equipe é especializada em técnicas de gestão de dados nativos em nuvem e fazem uso de ferramentas e serviços de migração de dados oferecidos pelos provedores de nuvem.

Requisitos de dimensionamento

Uma das maiores vantagens do uso de serviços em nuvem é a possibilidade de ajustar a capacidade conforme a demanda, porém as equipes de desenvolvimento podem enfrentar desafios de escalabilidade ao criar, testar e implementar software na nuvem e devem lidar com essas questões.

Segundo Maria Opre, especialista em cibersegurança e analista sênior da Earthweb, a chave é planejar a escala desde o início, priorizando a conexão flexível, a autonomia dos elementos e a divisão em módulos ao projetar sistemas escaláveis para grandes implantações de nuvem.

“Opre afirma que uma arquitetura de microsserviços que adere a esses princípios demonstrou ser altamente eficiente. Cada serviço individual pode crescer ou diminuir conforme a necessidade, e os problemas são contidos. Essa abordagem possibilita que o software se expanda ou se contraia de forma automática e contínua.”

“Segundo Opre, é recomendável implementar infraestrutura e automação imutáveis por meio de containers e gerenciamento de configuração. Ao tornar a infraestrutura declarativa e descartável, elimina-se a dificuldade no processo de escalabilidade.”

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É essencial acompanhar de perto o desempenho e a utilização de forma proativa para antecipar possíveis problemas e evitar gargalos, em vez de agir de forma reativa somente após a ocorrência dos contratempos, conforme afirmado por Opre. Ela destaca que adotar a abordagem de “escalar, não para cima” desde as etapas iniciais do design resultou em sistemas capazes de atender uma grande quantidade de clientes de forma eficiente.

Distribuição da colaboração e comunicação.

É fundamental que as equipes de desenvolvimento de software possuam habilidades eficazes de comunicação e colaboração. Como os demais integrantes da equipe podem saber em que ponto do processo de desenvolvimento as atividades se encontram?

Segundo Phil Portman, CEO e fundador da empresa de software Textdrip, pode ser difícil promover a colaboração eficaz entre equipes de desenvolvimento distribuídas que atuam na nuvem.

De acordo com Portman, é recomendado que os times utilizem recursos de colaboração, adotem metodologias ágeis e promovam uma comunicação eficaz por meio de reuniões breves e documentação.

Desafios e barreiras na implementação.

Embora muitos dos desafios potenciais da computação em nuvem afetem as etapas de desenvolvimento, teste e implementação de aplicativos, eles podem trazer consigo obstáculos específicos.

Juan Nassif, arquiteto de soluções em serviços de TI e empresa de consultoria BairesDev, afirma que testar sistemas baseados em nuvem pode ser um desafio, especialmente quando são complexos e distribuídos. Ele destaca que equipes podem utilizar ferramentas e métodos de teste para facilitar essa tarefa, além de contar com ferramentas de automação para automatizar os processos de teste.

Singh explica que testar aplicações em nuvem requer uma abordagem distinta em comparação com o software convencional, devido à maneira distribuída dos serviços em nuvem. Ele também menciona que a implementação pode se tornar desafiadora ao lidar com diferentes ambientes e configurações.

Segundo Singh, a adoção da integração contínua e dos pipelines de entrega contínua (CI/CD) pode facilitar os procedimentos de teste e implementação, além de auxiliar na manutenção da uniformidade nos ambientes.

Progresso em direção a um mercado mundial.

Algumas equipes podem não possuir a experiência ou os recursos necessários para desenvolver aplicativos em nuvem que atendam aos padrões internacionais de qualidade.

Segundo Rebecca Ray, diretora da CSA Research, os designers, gerentes de produtos e funcionários técnicos responsáveis pelo sucesso global de seus produtos podem frequentemente não possuir os recursos adequados ou ter pouca experiência internacional na criação de aplicações em nuvem.

Uma maneira de resolver o problema é trabalhar em conjunto com equipes de localização em diferentes etapas, a fim de certificar-se de que os projetos de produtos estejam preparados para serem lançados globalmente, conforme destacado por Ray. Essas etapas envolvem a geração de ideias, a definição de prioridades dos requisitos do produto e o desenvolvimento da interface do usuário.

“Ray afirma que, independentemente do tamanho do pedido ou da agilidade do processo, as versões em nuvem sempre oferecem uma ampla variedade de recursos e funções.”

A liderança local tem a capacidade de criar critérios bem pensados com base em exemplos internacionais de uso, práticas empresariais locais, regulamentos locais e diferentes cenários competitivos.

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