As estratégias e instrumentos de Finops possibilitam identificar falhas e possibilidades de aprimoramento. Saiba como agir ao identificar desperdícios em projetos na nuvem.

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Cloud finops é uma prática essencial que une a gestão financeira e as operações em nuvem, crucial para maximizar a eficiência dos recursos e reduzir os custos na nuvem. É uma das tendências de destaque na computação em nuvem, abordada com frequência neste blog.
Seus benefícios vão além do gerenciamento de gastos. Vamos analisar de que forma os especialistas em finanças de nuvem também podem detectar práticas de arquitetura de nuvem inadequadas que resultam em implementações deficientes. Ao examinar dados e tendências de custos na nuvem, as equipes de finops podem identificar áreas problemáticas e o que precisa ser corrigido. Será possível utilizar isso a favor das implementações na nuvem? Existem alguns aspectos a serem levados em consideração.
Análise de despesas e maximização de recursos.
As equipes responsáveis pela gestão financeira da nuvem possuem informações detalhadas sobre os custos na nuvem. Isso possibilita a análise dos padrões de gastos e a identificação de práticas de arquitetura de nuvem inadequadas que levam à otimização inadequada e ao desperdício de recursos financeiros.
Falhas como excesso de recursos, falta de automação, contêineres ineficientes ou uso inadequado de instâncias reservadas podem ter sido cometidas no passado e podem levar anos para serem corrigidas, podendo ter causado prejuízos irreparáveis ao negócio.
Os sistemas de monitoramento da Finops conseguem analisar informações de despesas e detectar recursos ou serviços particulares que resultem em gastos. Isso frequentemente resulta em possíveis aprimoramentos na arquitetura e em economias consideráveis.
Avaliação de performance e capacidade de crescimento.
Equipes de finanças operacionais em nuvem têm a capacidade de analisar como a infraestrutura em nuvem está funcionando em termos de desempenho e escalabilidade. Ao acompanhar métricas importantes, como tempos de resposta, latência e eficiência, é possível detectar obstáculos ou pontos em que a infraestrutura existente está impedindo a escalabilidade e o desempenho.
Dado que o finops geralmente monitora essa questão por meio do dinheiro despendido, é simples calcular o impacto financeiro dos erros de arquitetura na empresa. Muitas vezes, verifica-se que um sistema em nuvem está custando 10 vezes mais por mês do que o esperado. Esses dados são alarmantes para a maioria das empresas, pois todo esse dinheiro poderia ter sido investido em áreas como inovação.
Alguns sistemas financeiros operacionais podem determinar as perdas líquidas resultantes desses erros de arquitetura. Em diversas situações, é possível inclusive observar a diminuição líquida no valor da empresa.
Um caso ilustrativo seria se uma empresa optasse por utilizar apenas um provedor de nuvem pública, sem considerar outras opções que poderiam oferecer soluções mais vantajosas, como um banco de dados capaz de operar cinco vezes mais rápido, proporcionando um desempenho superior e economia para as cerca de 50 aplicações que o utilizam. O banco de dados mais eficiente teria um custo um terço menor, ofereceria um desempenho cinco vezes superior e resultaria em uma economia de $15 milhões por ano em ganhos de produtividade. Além disso, esses $15 milhões poderiam ter sido investidos no desenvolvimento de uma nova linha de produtos, que poderia gerar uma receita de até $100 milhões para a empresa. Embora possa parecer um exemplo extremo, situações como essa são mais comuns do que muitos imaginam e costumam ser reveladas após uma análise mais aprofundada da arquitetura da nuvem, identificando oportunidades perdidas e ineficiências.
Gerenciamento dos prejuízos.
Está tudo bem, agora a questão que a maioria dos especialistas em computação em nuvem prefere evitar: E se a sua estrutura na nuvem apresentar algumas grandes deficiências?
Eu acredito que a maioria das implementações na nuvem apresenta algum nível de ineficiência, então você não está sozinho nessa situação. É importante reconhecer os problemas para que recursos financeiros possam ser direcionados para resolvê-los. Recomendo dividir cada questão em áreas específicas que podem ser tratadas individualmente e lidar com elas por ordem de prioridade, do mais caro ao menos. Será necessário enfrentar várias dificuldades para alcançar o sucesso final.
A maior parte desses problemas consiste em bancos de dados mal planejados, uso inadequado de tecnologia, implementação deficiente de serviços em nuvem e estratégias operacionais mal elaboradas na nuvem. Esses são aspectos mais práticos e, apesar de serem desafiadores de corrigir, são simples de compreender como resolver.
No entanto, existem erros de natureza mais estratégica, como optar por utilizar exclusivamente um único provedor de nuvem (conforme ilustrado anteriormente). Pode ter parecido uma decisão acertada na época. Talvez um representante comercial tivesse laços estreitos com diversos membros do conselho, ou talvez tenha havido motivações políticas por trás das escolhas restritas. Infelizmente, a empresa acaba acumulando uma considerável quantidade de dívida técnica que poderia ter sido prevenida.
Lembre-se de que o finops não é infalível. É importante identificar oportunidades de otimização, mas é fundamental que arquitetos em nuvem continuem atentos a práticas arquitetônicas inadequadas. Em resumo, o finops é eficiente em identificar problemas, porém não oferece soluções ou orientações para corrigi-los.